O ato de informar-se não depende puramente do acaso. Temos a impressão de que notícias caem em nosso colo a esmo. As coisas, entretanto, são menos casuais do que sugere a aparência. Como todo fenômeno complexo, produzir ou receber notícias depende de uma sinuosa cadeia de causa e efeito. E não é à toa que a crise da democracia representativa coincide justo com o declínio material e de meios do jornalismo. Antigas fórmulas de apuração, checagem e correção de dados são hoje desafiadas pelo acesso generalizado a notícias e pela massificação da produção de conteúdos impelidos pelo advento das tecnologias da informação.
O atordoante ruído provocado pela oferta em desvario de conteúdo virou ferramenta de grupos, organizações e indivíduos que jogam com a agonia das instituições republicanas e o boicote ao frágil aparato formal das democracias. Em lugares onde a política já amarga uma certa vulnerabilidade, como o Brasil, tal fenômeno assume contornos trágicos.
A imprensa jamais foi inocente ou imune aos ânimos da política. A comunicação é um commodity de guerra, e o ato de informar caminha ao lado de exemplos históricos do cometimento de erros de apuração ou de parcialidade ao reportar fatos. Fosse pelos seus vícios ou virtudes, as tensões que movimentavam o jornalismo serviam como termômetro da saúde da política e de bússola para o aperfeiçoamento da experiência democrática. Contudo, a manipulação deliberada de informações falsas em escala de “big data” é um fenômeno distinto, como explica com paciência didática e amparado em dados claros, o autor de As Cinzas e os Fatos, Carlos Senna.
As notícias crescentes sobre violência, como a invasão do Capitólio, em Washington D.C., em 2020, ou agressões que acabaram em morte, no Brasil, podem não ser uma novidade na longa e beligerante história das disputas políticas. Porém, a repercussão imediata da disseminação massiva de informações falsas nos apresenta um desafio que não pode ser subestimado, sob o risco de o ambiente público intoxicar-se no nível da ruptura institucional. As Cinzas e os Fatos é uma leitura necessária seja para profissionais da comunicação, políticos ou cidadãos que precisam de fontes confiáveis sobre como navegar este novo paradigma.
Dados do livro
Autor: Carlos Senna
Gênero: Ensaio, Jornalismo
Formato: 14x21cm
Páginas: 368
Peso líquido: 0,450 kg
Peso para envio: 0,510 kg
ISBN: 978-65-80788-06-4
Lançamento: 2022
Parcelas | Total | |
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1 x | de R$58,90 sem juros | R$58,90 |
2 x | de R$32,18 | R$64,35 |
3 x | de R$21,77 | R$65,30 |
4 x | de R$16,49 | R$65,96 |
5 x | de R$13,26 | R$66,31 |
6 x | de R$11,11 | R$66,66 |
7 x | de R$9,54 | R$66,79 |